quinta-feira, fevereiro 02, 2006

[22 / Production]

Todos nós nos queremos divertir.
Todos nós fazemos um esquema mental de como nos queremos apresentar nessa noite.
Todos nós esperamos que desta vez o conjunto final atinja a sua meta.

No entanto aparecemos todos lá da forma mais natural e banal possível.
Vamos lá pela música (certamente), mas isso não nos chega.

(Uma apresentação física que levou o seu tempo a ser estruturada em casa.
O número de vezes que se voltou a pentear o cabelo.
Os minutos queimados na fase de preparação, verificação e aprovação.
A saída de casa, a conta-gotas, de cada uma das pessoas que estão agora presentes na discoteca.)

Todos nós temos as nossas razões para estar lá.
Todos nós precisamos de alguém que nos apoie.
Todos nós esperamos que aquela noite seja memorável.

Bebemos álcool para nos divertirmos, para ficarmos desinibidos, e para conseguirmos transpor a imagem de que podemos estar vulneráveis face a tentativas indiscretas de conhecimento interpessoal. Isso é capaz de dar confiança à outra pessoa.

Todos nós esperamos ser abordados.
Todos nós queremos dar o beijo.
Todos nós esperamos que aquela seja a noite em que vamos sair de lá com a nossa alma gémea.

E no final da noite, continua a ser a "produção" a única que nos acompanha em todas as noites de glamour : sempre fiel, do início ao fim.

1 comentário:

joui disse...

No muro lá fora, de cabelo desgrenhado, conseguem-se conversas, interacções bem mais eficazes e produtivas do que lá dentro. Às vezes, "I pass" dá aso a muito mais do que se possa imaginar...
A disconight será sempre uma ilusão e nada mais do que aquilo que é: um sítio para curtir som, rir e deixar andar. O resto é superfluo, por isso mais vale escolher bem quem se vai ouvir e curtir a notie assim como ela é.
But that's just me =)