sábado, fevereiro 18, 2006

[32 / Tangled In Reality]

Acabo de vaguear pelos profiles de uma amostra de pessoas da minha geração. Cheguei a uma triste conclusão: a esmagadora maioria está completamente entorpecida; são indivíduos incapazes de evidenciar qualquer tipo de desprendimento para com a realidade.
Já não há espaço para ilusões, para conscienciosidades, para introspecções.

“Quem sou eu? Lol. Sou suspeit@ para falar de mim. Os meus amigos são ideais para me descrever.”

Claro. São esses tais amigos que conseguem prever todas as suas atitudes e comportamentos, não é verdade? São eles que controlam todas as suas vivências e sentimentos, não é? São eles que conseguem aceder aos seus pensamentos mais íntimos e obscuros. Exacto, é isso. É uma espécie de transparência para com os outros, mas uma opacidade para consigo própri@.

Onde está a evasão mental? O aprofundamento de experiências?
Vejo um vazio nas pessoas e isso assusta-me. Vejo-as demasiado presas à segurança daquilo a que estão habituadas. Não as vejo dar um passo em frente. Vejo-as estáticas e conformadas a uma superficialidade extrema. Vejo-as a preencher os moldes que lhes são pré-existentes.
A minha pesquisa inundou-me de informação oca e padronizada. Não encontro nada que cative o meu interesse. Muito menos o meu fascínio.

É este o mundo cinzento que se auto-perpetua através das pessoas…
Será esta amostra representativa da população? Espero que não.

“Foto minha a fingir que estou a dormir. Lol.”
“Eu a ver um jogo do meu SLB!”
“Eu antes de sair de casa.”
“Eu com uma grande jarda!”
“O meu carro e eu.”
“Eu numa aula.”
“Com calor. Lol.”
“A pensar na vida.”


É suposto entrar em êxtase com afirmações deste cariz?

1 comentário: