segunda-feira, novembro 28, 2005

[7 / Flawless]

Não chegarás a conhecer ninguém tão sensível como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão criativo como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão especial como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão espontâneo como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão observador como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão visionário como eu posso ser por vezes.
Não chegarás a conhecer ninguém tão disposto a fazer-te feliz como eu costumo estar.
Não chegarás a saber de tudo isto que escrevi, caso não me dês a oportunidade de to mostrar...

(Obrigado à Alanis pela inspiração)

[6 / Schedules Of Reinforcement]

O teu senso comum (ao nível da Psicologia da Aprendizagem) está a matar-me...
Porque me dás reforço intermitente?...
Se me desses reforço contínuo eu saberia extinguir a minha resposta (procurar o teu olhar) mais rapidamente...
Mas com esse reforço intermitente (responder ao meu olhar de vez em quando), não vou saber que (ou mesmo se) iniciaste um processo de extinção (deixar de responder ao meu olhar)...
Expões-me a um programa de razão variável... E eu não vou saber quantas respostas vão ser precisas para o surgimento do novo reforço, pelo que estimulas (talvez inconscientemente) a minha resposta de procurar o teu olhar...

sexta-feira, novembro 25, 2005

[5 / Futuristic]

Apetece-me voltar a ser o mesmo de há dois anos atrás.
Reatar os meus ideais futuristas e expô-los ao mundo.
Mostrar o mais puro que há em mim...
Voltar a acreditar que um dia ainda poderei vir a ser reconhecido por este meu insight que ainda hoje me perturba.

("Que visonário tivemos... Que visionário quisemos desperdiçar...")

Mas a coercividade ainda existe, e talvez não esteja ainda preparado para enfrentá-la uma vez mais...
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"Eu era o que se pode considerar de uma pessoa diferenciada (dificilmente manipulada pelas circunstâncias, de ideias convictas e alguém com muito para dar ao mundo em termos de inovação). O meu maior objectivo (se bem que bastante difícil de alcançar) era obter um nível de visibilidade idêntico à Björk ou aos Massive Attack, tudo isto através de mérito próprio. Obteria uma licenciatura que me pudesse garantir estabilidade profissional, ao mesmo tempo que integraria a miríade de alunos do curso de Engenharia Musical. A partir daí deixaria que a minha criatividade me levasse bem longe.
O futurismo teria em mim um dos seus grandes aliados e pioneiros. Design, música electrónica e carisma estariam aliados ao serviço da abertura extrema das mentalidades contemporâneas... O futuro estaria bem mais próximo...
Que visionário tivemos... Que visionário quisemos desperdiçar...
Quis mostrar ao mundo a pessoa interessante que sentia ser... E quis mostrá-lo da forma mais crua e honesta possível, pensando estar preparado para todo o tipo de represálias. Vivia um tempo em que nutria um auto-fascínio hipnotizante, vangloriando-me pela minha capacidade de independência face às normas sociais.
Os tempos em que lançaria o meu primeiro cd estavam longe, pelo que teria que destacar a minha imagem de marca de uma outra forma: o modo de vestir foi o primeiro. Foi difícil, mas consegui encontrar roupas que considero ser de teor bastante avançado e futurista. Houve até quem lhes tivesse chamado "roupas plásticas"... Por acaso muito desse material era nylon.
Depois veio a nova fase... Decidi dar um passo em frente no meu vanguardismo pessoal. E foi arriscado. Ainda hoje sinto que não tenho que dar provas a ninguém da minha capacidade de coragem/criatividade. A minha nova ideia foi: já que a cara é o cartão de visita de cada um, porque não "moldá-la" de acordo com o que vai na mente? Assim fiz. Comprei tinta preta e eye-liner (não tendo o intuito de pintar os olhos) e comecei a fazer design na minha cara e a ir assim para a universidade.
Actualmente tenho pena de não ter conseguido ter ido a tempo de ter pintado a totalidade da cara de preto, deixando uma linha horizontal sem estar pintada ao nível do nariz...
Future belonged to me..."
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Estou cansado de viver no cinzento da minha camuflagem.
Mas a diferença paga-se caro.

sábado, novembro 19, 2005

[4 / Chronicle Of A Temporarily Bad Driver]

O meu olhar encontrou-te naquele café e uma vez mais estremeci. Voltaste a pôr-me ansioso... Até mesmo quando não pareces dar-me muita atenção (ainda nem sequer falamos).
De repente esqueci a revolta por estar inundado de trabalho no meu curso; o alvo da emoção eras agora só tu.
E controlo os teus movimentos com o meu olhar subtil. Vejo-te sair. Vejo-me sair (não só a mim, como ao meu grupo de amigos).
Dois carros dispersos na geografia daquela rua e uma sincronização de movimentos por (p)arte dos respectivos condutores.

(E o nervosismo não se atenua)

Começo a conduzir devagar... E o outro carro rapidamente alcança o meu rasto (propositadamente? Mas porque não tenho o dom de decifrar motivações?...).
A ansiedade torna-se notória porque o meu comportamento a infere. Os pingos de chuva que colidem com o vidro frontal do carro também não ajudam. Demoro muito tempo para conseguir ligar o pára-brisas (após várias tentativas). Sinto-me um aprendiz em plena "lição 1".
A velocidade reduz-se. O carro segue-me naquela recta. À minha frente, um outro carro surge no horizonte, e, à medida que se aproxima, noto claramente que de repente liga os máximos. Era um óbvio protesto por eu ter os meus máximos ligados...
Ao desligá-los, acciono acidentalmente o "pisca", mas rapidamente corrijo esse comportamento.

Até que o nervosismo desaparece gradualmente após ter sido ultrapassado pelo carro que seguia atrás de mim...

segunda-feira, novembro 14, 2005

[3 / Definition Of "University Students"]

Bah!...
Não passamos de uns adolescentes sofisticados...

domingo, novembro 13, 2005

[2 / By Himself]

Superaste-te: não foi tão estranho como erradamente previste.
Esperaste até seres seleccionado pelo arbitrário método de filtragem dos porteiros da discoteca e finalmente entras.
Não sabes que até mesmo uma incursão sem grupo àquele local te pode proporcionar bons momentos.
E eis que chegas à conclusão de que estás a olhar para uma pessoa linda. Como não poderias ter estado ali naquele momento? Ela até olhou para ti várias vezes!...
Mas a semana esgana lentamente cada um dos seus dias, até ser devorada pela rapidez voraz de uma nova semana. E esses dias que incluíram momentos de glória efémera perdem-se no tempo e na tua memória.
Está na altura de voltares à rotina metódica. Para a semana há mais; com ou sem pessoas especiais; com ou sem rotatividade de reencontros de olhares...
Está na altura de voltares às tuas ilusões e desejos ainda por realizar. Continuarás a pedir o que se tem mostrado ser impossível? Talvez um dia alguém te arranque desse impasse. Talvez nesse dia passes a respirar liberdade.

Dorme bem...

[1 / Definition Of Future Fragments (And The Complexity Of The Distiction Between What's My Wish And What's My Invention)]

One... One... One...

Pedaços de vivências, ou de ficções, ou de memórias, ou de desejos...

Filtrados pelo consciente e expostos aqui.

Relatados (muitas vezes) na terceira pessoa, para o despiste e desfocagem da subjectividade intrínseca a eles.

Aleatoriedade de histórias (nem sempre coerentes) propositada: devido à mistura entre o real e o ilusório.

E agora vai, João! Preenche este espaço que te pertence.

Explora-te na fusão das palavras.