sábado, novembro 19, 2005

[4 / Chronicle Of A Temporarily Bad Driver]

O meu olhar encontrou-te naquele café e uma vez mais estremeci. Voltaste a pôr-me ansioso... Até mesmo quando não pareces dar-me muita atenção (ainda nem sequer falamos).
De repente esqueci a revolta por estar inundado de trabalho no meu curso; o alvo da emoção eras agora só tu.
E controlo os teus movimentos com o meu olhar subtil. Vejo-te sair. Vejo-me sair (não só a mim, como ao meu grupo de amigos).
Dois carros dispersos na geografia daquela rua e uma sincronização de movimentos por (p)arte dos respectivos condutores.

(E o nervosismo não se atenua)

Começo a conduzir devagar... E o outro carro rapidamente alcança o meu rasto (propositadamente? Mas porque não tenho o dom de decifrar motivações?...).
A ansiedade torna-se notória porque o meu comportamento a infere. Os pingos de chuva que colidem com o vidro frontal do carro também não ajudam. Demoro muito tempo para conseguir ligar o pára-brisas (após várias tentativas). Sinto-me um aprendiz em plena "lição 1".
A velocidade reduz-se. O carro segue-me naquela recta. À minha frente, um outro carro surge no horizonte, e, à medida que se aproxima, noto claramente que de repente liga os máximos. Era um óbvio protesto por eu ter os meus máximos ligados...
Ao desligá-los, acciono acidentalmente o "pisca", mas rapidamente corrijo esse comportamento.

Até que o nervosismo desaparece gradualmente após ter sido ultrapassado pelo carro que seguia atrás de mim...

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