quinta-feira, novembro 09, 2006

[83 / Surrounding Garbage]

Era uma vez, num qualquer local deste país, um conjunto de pessoas que numa determinada noite exercia uma actividade denominada de praxe. Todos as personagens e figurantes desta pequena história associariam uma outra palavra a esta noite: “baptismo”.
Uma das personagens que fugazmente é referida nesta história é uma das várias meninas e meninos vestidos de negro. Essa menina dirigiu-se desta forma à multidão de face colorida: “Caloiros, agora cada um de vocês vai ter com o padrinho ou madrinha que escolheram, entregam-lhe a prenda e voltam para os vossos sítios. Depois vão ser baptizados pelos respectivos padrinhos ou madrinhas”. A multidão dissolveu-se e voltou a reconstituir-se num intervalo de poucos minutos.
Os meninos vestidos de negro começaram a falar entre si. Estavam curiosos quanto à distribuição das opções feitas pela multidão.
Uma das meninas de negro de repente surgiu no campo visual de um dos meninos de negro. Ela dirigiu-se a ele com estas palavras: “Com quem é que ficaste?”. “Com a (censurado)”, respondeu ele.
Nesse momento a menina vestida de negro virou as costas ao menino de negro e disse para as suas amigas vestidas de negro, com uma voz desanimada: “Eu já sabia!!... Eu já sabia!!...”.
O menino vestido de negro, nesse momento fingiu que não ouviu e pôs-se a pensar que talvez a menina valorizasse uma das pessoas que compunham a multidão; ou então estava desiludida por não ter sido escolhida por ninguém. Era realmente embaraçoso para ela, caso isso fosse uma realidade.
(Esta pequena história omite agora certas passagens temporais que se traduzem em caminhadas até a uma determinada fonte situada num monte)
Chegadas as personagens e os figurantes ao local, separaram-se os membros da multidão colorida dos membros vestidos de negro. O objectivo? Proceder-se ao baptismo. Assim foi feito.
Durante o processo, o menino vestido de negro prestou particular atenção à menina desconsolada que sofrida e desgraçadamente teve de carregar o pesado e desprestigiante fardo de ter de baptizar não uma, não duas, mas três meninas coloridas. Coitadinha… Deve ser uma experiência horrível não ficar com quatro afilhadas…
O menino vestido de negro confirmou nesse preciso momento a dimensão da lata da menina vestida de negro. Para todo o sempre.
Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

O menino vestido de preto foi muito insensível. Ele devia saber que a menina de negro sofre de perturbação de personalidade dependente, logo ele deveria ter "oferecido" a sua afilhada à menina profundamente triste e deprimida! Imaginem que ela decide afogar-se na mesma fonte onde decorreu o baptismo...ou pior...imaginem que decide tornar-se tricotilomaníaca... É suposto os contos de fadas (neste caso,contos de meninos de negro, mas vai dar ao mesmo) acabarem com um "e foi feliz para sempre" (neste caso um "e foi perturbada para sempre") e não com um fim triste (neste caso, um arrancar forçado de perturbações). Neste momento, esse menino de negro tem duas opções: ou prestar apoio psicológico à desgraçada ou... prepar a carteira para desembolsar uns quantos euros em cabeleireiros para a mesma!