Finalmente sinto a tua presença. O tempo passou sem que eu te pudesse reencontrar. Procurei-te afincadamente, mas fui impedida de te descobrir. A tua outra metade (sim, a negativa) barrou-me o caminho e impediu-te de regressar à superfície. Mas agora voltaste a mostrar a tua outra face. Trepaste incansavelmente. Faço uma vénia ao teu esforço heróico. Ao sucesso da tua sobrevivência. Encontrei-te e não quero voltar a perder-te.
Passou algum tempo desde a última vez que nos vimos. Deixa-me olhar-te de frente. Ver esses olhos que conheci tão bem. Ver a tua cara que me tem sido familiar nestes últimos anos. Reconheço essa imagem: está igual àquela a que me habituei. Quero tocar-te. Dar-te o abraço que não se vê mas apenas se sente. Não me vês mas sentes e agradeces a minha presença. Sinto-me grata por poder estar contigo de novo.
Quero ver-te na globalidade. Quero entrar no teu interior. Avaliar o teu estado mental. Deixas-me? Não me ouves. Vou fazê-lo na mesma. Serei uma legítima intrusa do teu íntimo. Sei que não te importas. Também estou consciente de que infelizmente não sou a primeira a fazê-lo. Vou aceder delicadamente ao teu cérebro.
Mas... Que negatividade brutal é esta? Que conteúdo mórbido é esse nos teus pensamentos? Que mazelas irreversíveis apresentas? Por que razão estás diferente? Os teus níveis de libertação de neurotransmissores estão diferentes... O teu cérebro está claramente bem desenvolvido nas secções responsáveis pelas emoções negativas. Elas têm sido notoriamente exercitadas recentemente durante a maior parte dos dias. Sim, estão preparadas para entrarem de novo em acção. O caminho está aberto para isso.
Porque me sinto preocupada apesar de estar presente? Presumo que a estabilidade da minha proximidade é ténue. Não, não pode ser. Não te quero voltar a perder. Tenho medo que desapareças por um tempo indeterminado e preocupante. O que despoletará o regresso forçado da minha ausência?
O abraço que te dou não é suficiente. Tento agarrar-te ferozmente. Encubro-te. Camuflo-te. Tenho-te seguro. Estou a proteger-te. Agradeço a parte dos teus mecanismos mentais que me têm ajudado nesta tarefa. Eles ampliam o meu alcance. Estou aqui. Quero continuar aqui. Precisas de mim. Deixas de pensar em sobrevivência quando sentes que estou a vigiar-te e a tocar-te. Procuras desesperadamente falar comigo. Queres-me como teu vínculo permanente.
Mas és escorregadio. Deslizarás pelas minhas mãos caso haja um abalo considerável. Voltarás a cair naquele buraco escuro, largo e profundo onde mora o desconsolo humano. Voltarás a estatelar-te. Quero evitar isso a todo o custo. A nova queda poderá ser fatal. Grito-te. Imploro-te que não me abandones. Aprisiono-te, mas as correntes são quebradiças. Tento desviar a tua atenção dos estímulos externos agressivos.
Passou algum tempo desde a última vez que nos vimos. Deixa-me olhar-te de frente. Ver esses olhos que conheci tão bem. Ver a tua cara que me tem sido familiar nestes últimos anos. Reconheço essa imagem: está igual àquela a que me habituei. Quero tocar-te. Dar-te o abraço que não se vê mas apenas se sente. Não me vês mas sentes e agradeces a minha presença. Sinto-me grata por poder estar contigo de novo.
Quero ver-te na globalidade. Quero entrar no teu interior. Avaliar o teu estado mental. Deixas-me? Não me ouves. Vou fazê-lo na mesma. Serei uma legítima intrusa do teu íntimo. Sei que não te importas. Também estou consciente de que infelizmente não sou a primeira a fazê-lo. Vou aceder delicadamente ao teu cérebro.
Mas... Que negatividade brutal é esta? Que conteúdo mórbido é esse nos teus pensamentos? Que mazelas irreversíveis apresentas? Por que razão estás diferente? Os teus níveis de libertação de neurotransmissores estão diferentes... O teu cérebro está claramente bem desenvolvido nas secções responsáveis pelas emoções negativas. Elas têm sido notoriamente exercitadas recentemente durante a maior parte dos dias. Sim, estão preparadas para entrarem de novo em acção. O caminho está aberto para isso.
Porque me sinto preocupada apesar de estar presente? Presumo que a estabilidade da minha proximidade é ténue. Não, não pode ser. Não te quero voltar a perder. Tenho medo que desapareças por um tempo indeterminado e preocupante. O que despoletará o regresso forçado da minha ausência?
O abraço que te dou não é suficiente. Tento agarrar-te ferozmente. Encubro-te. Camuflo-te. Tenho-te seguro. Estou a proteger-te. Agradeço a parte dos teus mecanismos mentais que me têm ajudado nesta tarefa. Eles ampliam o meu alcance. Estou aqui. Quero continuar aqui. Precisas de mim. Deixas de pensar em sobrevivência quando sentes que estou a vigiar-te e a tocar-te. Procuras desesperadamente falar comigo. Queres-me como teu vínculo permanente.
Mas és escorregadio. Deslizarás pelas minhas mãos caso haja um abalo considerável. Voltarás a cair naquele buraco escuro, largo e profundo onde mora o desconsolo humano. Voltarás a estatelar-te. Quero evitar isso a todo o custo. A nova queda poderá ser fatal. Grito-te. Imploro-te que não me abandones. Aprisiono-te, mas as correntes são quebradiças. Tento desviar a tua atenção dos estímulos externos agressivos.
Que rudimentar é a minha intervenção... Apenas posso contar com a tua força interior e isso faz-me sentir impotente...
Envergonho-me da minha intermitência. Sinto culpa de cada vez que te vês forçado a seguir os trilhos que não queres pisar. Ponho em causa a minha dignidade quando me apercebo que os teus medos se tornam reais, um a um, e te consomem lenta e dolorosamente...
Há tantos como tu... Não fazes ideia de quantos são ou quão próximos de ti estão... Tantos os que gritam pela minha presença mas eu não os consigo resgatar...
Sinto-me ofuscada pela escuridão do terror que te quer envolver. É difícil travar os intermináveis combates. Somos forças antagónicas de igual envergadura. Continuo a lutar pelo reconhecimento global do meu nome. Este nome inalcançável para muitos...
Eu. Dificilmente eu: resiliência.
Envergonho-me da minha intermitência. Sinto culpa de cada vez que te vês forçado a seguir os trilhos que não queres pisar. Ponho em causa a minha dignidade quando me apercebo que os teus medos se tornam reais, um a um, e te consomem lenta e dolorosamente...
Há tantos como tu... Não fazes ideia de quantos são ou quão próximos de ti estão... Tantos os que gritam pela minha presença mas eu não os consigo resgatar...
Sinto-me ofuscada pela escuridão do terror que te quer envolver. É difícil travar os intermináveis combates. Somos forças antagónicas de igual envergadura. Continuo a lutar pelo reconhecimento global do meu nome. Este nome inalcançável para muitos...
Eu. Dificilmente eu: resiliência.
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