Para o observador externo, um grupo parecer-lhe-á sempre mais coeso do que ele é na realidade. A partir do momento em que se tornasse um membro atento, iria notar rapidamente que a sua constatação estaria errada.
Iria deparar-se com as resistências pessoais que cada membro tem para com as tomadas de decisão grupais. Iria constatar que há reservas nas palavras que um elemento diz a outro, de modo a camuflar a globalidade da sua opinião acerca deste.
De fora, à distância da imperceptibilidade do conteúdo das palavras proferidas por cada membro, e por muito bem que o observador saiba ler os lábios mudos de alguém, a engrenagem parece estar a funcionar na perfeição, mas os actores sociais que integram a dinâmica grupal, são dotados de individualidade (para o bem e para o mal), estando mais aptos para assinalarem/assinarem as falhas existentes. Só cada um deles sabe como realmente percepciona determinados momentos vividos em comum. E é aí que podem surgir (e mais tarde intensificarem-se/auto-cumprirem-se) as distorções interpretativas.
Mas o que considero desastroso num grupo não é tanto isso. Só tem distorções interpretativas quem não possui tacto, e isso só depende de cada um.
O veneno num grupo envolve os conceitos científicos de ingroup e outgroup (mal sabiam os criadores desses conceitos, que um dia, um estudante de licenciatura, iria usar esses dois conceitos para explicar o fosso em que qualquer grupo se arrisca a cair).
Ingroup _ sentimento de pertença ao grupo
Outgroup _ os outros grupos que não o(s) do indivíduo
Ávidos de conseguirem melhorar a produtividade nas organizações, os responsáveis pela ascensão destes conceitos, referiram-se a eles tendo por base o grupo no seu todo. Mas e se os usarmos a um nível micro? Não conseguem explicar tão bem os problemas que se instalam numa interacção intra-grupal? Sou apologista do “sim!”.
Por exemplo, num determinado grupo em que as saídas são irregulares quanto à assiduidade dos seus membros, haverá certamente momentos em que todos os elementos se encontrem, mas devido à incompatibilidade de horários/vontades, haverá outros tantos momentos nos quais apenas metade (ou menos que isso) dos indivíduos se encontrem. São estes últimos que potenciam a possibilidade de se tentarem criar micro ingroups : os membros que estão em interacção (seja numa díade ou numa tríade) podem tentar valorizar a sua cumplicidade, recorrendo à análise crítica negativa face aos atributos de outros elementos ausentes. Deste modo, favorece-se um novo ingroup de dimensões mais reduzidas, fazendo com que os outros elementos do grupo sejam vistos como outgroup. A partir desse momento, é difícil travar a avalanche crítica. Mas é um esforço a que todos os membros se devem submeter caso queiram evitar a tensão no grupo.
Iria deparar-se com as resistências pessoais que cada membro tem para com as tomadas de decisão grupais. Iria constatar que há reservas nas palavras que um elemento diz a outro, de modo a camuflar a globalidade da sua opinião acerca deste.
De fora, à distância da imperceptibilidade do conteúdo das palavras proferidas por cada membro, e por muito bem que o observador saiba ler os lábios mudos de alguém, a engrenagem parece estar a funcionar na perfeição, mas os actores sociais que integram a dinâmica grupal, são dotados de individualidade (para o bem e para o mal), estando mais aptos para assinalarem/assinarem as falhas existentes. Só cada um deles sabe como realmente percepciona determinados momentos vividos em comum. E é aí que podem surgir (e mais tarde intensificarem-se/auto-cumprirem-se) as distorções interpretativas.
Mas o que considero desastroso num grupo não é tanto isso. Só tem distorções interpretativas quem não possui tacto, e isso só depende de cada um.
O veneno num grupo envolve os conceitos científicos de ingroup e outgroup (mal sabiam os criadores desses conceitos, que um dia, um estudante de licenciatura, iria usar esses dois conceitos para explicar o fosso em que qualquer grupo se arrisca a cair).
Ingroup _ sentimento de pertença ao grupo
Outgroup _ os outros grupos que não o(s) do indivíduo
Ávidos de conseguirem melhorar a produtividade nas organizações, os responsáveis pela ascensão destes conceitos, referiram-se a eles tendo por base o grupo no seu todo. Mas e se os usarmos a um nível micro? Não conseguem explicar tão bem os problemas que se instalam numa interacção intra-grupal? Sou apologista do “sim!”.
Por exemplo, num determinado grupo em que as saídas são irregulares quanto à assiduidade dos seus membros, haverá certamente momentos em que todos os elementos se encontrem, mas devido à incompatibilidade de horários/vontades, haverá outros tantos momentos nos quais apenas metade (ou menos que isso) dos indivíduos se encontrem. São estes últimos que potenciam a possibilidade de se tentarem criar micro ingroups : os membros que estão em interacção (seja numa díade ou numa tríade) podem tentar valorizar a sua cumplicidade, recorrendo à análise crítica negativa face aos atributos de outros elementos ausentes. Deste modo, favorece-se um novo ingroup de dimensões mais reduzidas, fazendo com que os outros elementos do grupo sejam vistos como outgroup. A partir desse momento, é difícil travar a avalanche crítica. Mas é um esforço a que todos os membros se devem submeter caso queiram evitar a tensão no grupo.
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