quarta-feira, junho 07, 2006

[58 / Untouchable Design]

Antes de entrarmos não sabemos com que tipo de arte nos vamos confrontar. Pode ser desde a pintura abstracta e impossível de descodificar, até à arquitectura de um molde humano que se encaixa perfeitamente na nossa silhueta.
Os títulos alusivos à exposição são sempre vagos. É preciso pagar bilhete e arriscar presenciar o espectáculo sonoro e visual. Passar as portas da selectividade subjectiva. Deixar passar o tempo.

Desta vez, para além da boa música, também houve exposição clandestina de autênticas peças de design. Divinamente dotadas de um sistema nervoso que lhes confere distintividade e autonomia.
Mas as peças são raras e caras. Não são produzidas em série. Nem estão ao alcance de qualquer um. Intocáveis. Apenas observáveis a uma distância razoável. O deleite é visual.
Gostei de ser espectador, mas talvez no dia em que contratar o álcool para ser o meu gestor de recursos emocionais e comportamentais, sairei da exposição com a certeza de que adquiri uma dessas peças minimalistas, cujo conteúdo não me desiludirá.

1 comentário:

psychotic disse...

Quando não se faz ideia de como será o espectáculo visual, vai-se lá pelo espectáculo sonoro.
É este o meu ponto de partida.

A minha crítica é em relação à motivação de se ir lá, tendo como objectivo principal a busca de interacção explícita para com aquilo que é visual.

I'm mostly there for the sound. I can't be blamed if somekind of beauty distracts me.

Quanto ao álcool: ele seria o responsável pelo esquecimento selectivo do motivo da minha presença naquele local e fazer-me-ia tentar adquirir uma peça de design. :)