domingo, abril 16, 2006

[48 / The Very Few Deities Who Share Their Life With The Rest Of Us]

Teimo em cair no erro de glorificar caras indescritivelmente bonitas…
Há situações em que sinto pena dessas pessoas por não conseguirem rodear-se de pessoas igualmente belas. Devem olhar em volta e nada lhes deve dar interesse.
Vejo-as como autênticas ilhas isoladas e inacessíveis. Para mim é legítimo que nos desprezem.

Mas a verdade é que essas pessoas se adaptam a nós. Porque o fazem? Porque não se deixam tornar completamente independentes? Porque se adaptam às mesmas lógicas de pensamento que nós? Porque têm também de se confrontar com pessoas que não gostam delas? Como é possível que alguém não goste delas? Porque têm de viver misturadas connosco? Porque não têm a vida facilitada? Porque partilham connosco a capacidade de se tornarem reféns de críticas destrutivas? Porque respiram o mesmo ar que todos nós? Porque conseguem sentir emoções negativas? Porque comunicam connosco? Porque não são tratadas como seres superiores? Porque é que também sabem o que é a vertente prática de uma depressão? Porque procuram a felicidade em nós? Porque se deixam apaixonar por pessoas que não atingem o seu nível de beleza? Porque são forçadas a ter histórias de vida banais?
A vivência connosco parece não trazer qualquer benefício...

Só encontro uma explicação plausível: o interior não deve estar ao mesmo nível supremo que o exterior.
A verdade é que gostava de encontrar alguém que refutasse esta teoria. O meu mais puro fascínio surgiria a partir desse momento.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Nao ha comparacao entre o que se perde por fracassar e o k se perde por nao tentar" (Francis Bacon)

Drèzith disse...

Caras bonitas?? Fuckemol! À venda nas melhores farmácias...
Até compunha mais isto, mas não é hora... Lol. Axo q o essencial percebe-se. Cheers.