Houve uma altura em que achei que eras a rapariga mais interessante que tinha conhecido pessoalmente. Ainda hoje me questiono sobre isso.
Linda nos teus cabelos pretos e olhos azuis.
Linda na tua forma de pensar. Gostava das opiniões políticas que partilhávamos.
Houve uma noite em que fiquei a olhar para ti enquanto dançavas com os "nossos" caloiros. Naquele momento vi-te como merecedora do estatuto de princesa, mesmo que ele só perdurasse uma noite.
Hoje que já tens o teu príncipe, voltei a ter aulas contigo. Pareces ter sucumbido ao espírito que invade o teu (e o meu antigo) curso. Não ficaste sentada ao meu lado, mas mesmo assim ouvi os teus vários queixumes acerca dos conteúdos leccionados na aula. Porque o fazias atrevidamente? Porque "desrespeitavas" o professor dessa maneira? A matéria que ouvias tinha um teor neutro... Porque chamavas a atenção daqueles que te são próximos e estavam a escrever apontamentos demoradamente? Porque passaste também a intercalar os apontamentos com frases desnecessárias ditas aos que estão em teu redor? Estavas hiper-crítica e não encontrei fundamento para essa atitude. Assemelhavas-te a tudo aquilo que eu sempre vi como negativo na mente de qualquer cientista social, a tudo aquilo que transborda nas palavras proferidas pela maioria dos meus ex-colegas. Se te tivesse conhecido hoje, associar-te-ia a eles.
Mas já te avaliei assumidamente a personalidade: foste voluntária nesse moroso processo. Espero que o teu comportamento de hoje se reflicta numa personalidade-estado. Espero que a tua personalidade-traço não seja diferente daquela que mostraste ter nos momentos em que convivi contigo.
1 comentário:
às vezes as pessoas fazem asneiras.
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