Apetece-me voltar a ser o mesmo de há dois anos atrás.
Reatar os meus ideais futuristas e expô-los ao mundo.
Mostrar o mais puro que há em mim...
Voltar a acreditar que um dia ainda poderei vir a ser reconhecido por este meu insight que ainda hoje me perturba.
("Que visonário tivemos... Que visionário quisemos desperdiçar...")
Mas a coercividade ainda existe, e talvez não esteja ainda preparado para enfrentá-la uma vez mais...
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"Eu era o que se pode considerar de uma pessoa diferenciada (dificilmente manipulada pelas circunstâncias, de ideias convictas e alguém com muito para dar ao mundo em termos de inovação). O meu maior objectivo (se bem que bastante difícil de alcançar) era obter um nível de visibilidade idêntico à Björk ou aos Massive Attack, tudo isto através de mérito próprio. Obteria uma licenciatura que me pudesse garantir estabilidade profissional, ao mesmo tempo que integraria a miríade de alunos do curso de Engenharia Musical. A partir daí deixaria que a minha criatividade me levasse bem longe.
O futurismo teria em mim um dos seus grandes aliados e pioneiros. Design, música electrónica e carisma estariam aliados ao serviço da abertura extrema das mentalidades contemporâneas... O futuro estaria bem mais próximo...
Que visionário tivemos... Que visionário quisemos desperdiçar...
Quis mostrar ao mundo a pessoa interessante que sentia ser... E quis mostrá-lo da forma mais crua e honesta possível, pensando estar preparado para todo o tipo de represálias. Vivia um tempo em que nutria um auto-fascínio hipnotizante, vangloriando-me pela minha capacidade de independência face às normas sociais.
Os tempos em que lançaria o meu primeiro cd estavam longe, pelo que teria que destacar a minha imagem de marca de uma outra forma: o modo de vestir foi o primeiro. Foi difícil, mas consegui encontrar roupas que considero ser de teor bastante avançado e futurista. Houve até quem lhes tivesse chamado "roupas plásticas"... Por acaso muito desse material era nylon.
Depois veio a nova fase... Decidi dar um passo em frente no meu vanguardismo pessoal. E foi arriscado. Ainda hoje sinto que não tenho que dar provas a ninguém da minha capacidade de coragem/criatividade. A minha nova ideia foi: já que a cara é o cartão de visita de cada um, porque não "moldá-la" de acordo com o que vai na mente? Assim fiz. Comprei tinta preta e eye-liner (não tendo o intuito de pintar os olhos) e comecei a fazer design na minha cara e a ir assim para a universidade.
Actualmente tenho pena de não ter conseguido ter ido a tempo de ter pintado a totalidade da cara de preto, deixando uma linha horizontal sem estar pintada ao nível do nariz...
Future belonged to me..."
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Estou cansado de viver no cinzento da minha camuflagem.
Mas a diferença paga-se caro.